quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Bendito seja Jeová Rafá


A angústia tomou conta de Minh ’alma, como o ladrão apossa-se do que não é seu
Tornei-me ressequido, estático, impossível de alegrar,
Como se o sorrir, se resumisse a um esforço de ser irônico.
Do mais seco deserto, clamei: Meu Senhor!
E Ele do alto de sua magnificência, estendeu a mão.
Deu-me de beber na palma de suas mãos,
Saciou-me com a água da vida e me mostrou o seu caminho de justiça.
Lágrimas saltando dos olhos e fulgor reprimido gritei: Bendito Jeová!
Por suas maravilhas e por sua misericórdia,
Não abandona os seus, mesmo que o esqueçam.
Bendito seja Yeshua, o filho de Davi, o Leão de Judá!.
Poderia a mãe esquecer do filho no ventre
Todavia o Eterno não esquecerá.
A mim não deixe esquecer de nenhum de seus benefícios.
Bendito sejas Jeová Rafá.

Novembro de 2012,
Eli Bacellar.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Sono Vazio


Cá estou mais uma vez, descrevendo o estado inerte em que me encontro. 

Subsisto acordando, respirando e dormindo. 

Olho o tudo e não vejo nada, me corto com a faca, mas não sinto. Esta tudo em duas cores, preto e branco, 

uma monogamia sem sentido.

Ontem andei sozinho durante quase duas horas, senti meus pés arderem de cansaço, tentei respirar o ar do 

rio Sergipe, mas minha contemplação não me falava.

Parece mesmo um sono acordado, onde não se distingue o que esta vivo do pensamento.

Tenho andado cansado de não sentir, preciso de um banho frio, um tapa na cara, uma mordida no pé, um 

susto de dia, algo que me acorde, um café, que me tire da inércia desse sono vazio.




Outubro de 2012
Eli Bacellar

terça-feira, 2 de outubro de 2012

“O louco é um homem vivo guiado por um morto”



"O
 louco
 é 
como 
um 
beija-flor. 
Nunca
 pousa,
 fica 
sempre
 a uns
 dois metros 
do 
chão."






Artur Bispo do rosário 

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Assim falou Zaratustra - Da o que pensar ...


Noutros tempos a alma olhava o corpo com desprezo, e então nada havia superior a esse desdém; queria a alma um corpo fraco, horrível, consumido de fome! Julgava deste modo libertar−se dele e da terra. Ó! Essa mesma alma era uma alma fraca, horrível e consumida, e para ela era um deleite a crueldade! Irmãos meus, dizei−me: que diz o vosso corpo da vossa alma? Não é a vossa alma, pobreza, imundície e conformidade lastimosa? O homem é um rio turvo. E preciso ser um mar para, sem se toldar, receber um rio turvo. Pois bem; eu vos anuncio o Super−homem; é ele esse mar; nele se pode abismar o vosso grande menosprezo. 

Nietzsche em: Assim falou Zaratusta

O Gênio de A. Anjos em: O Ébrio




















O Ébrio

Bebi! Mas sei por que bebi!... Buscava
Em verdes nuanças de miragens, ver
Se nesta ânsia suprema de beber,
Achava a Glória que ninguém achava!

E todo o dia então eu me embriagava
- Novo Sileno, - em busca de ascender
A essa Babel fictícia do Prazer
Que procuravam e que eu procurava.

Trás de mim, na atra estrada que trilhei,
Quantos também, quantos também deixei,
Mas eu não contarei nunca a ninguém.

A ninguém nunca eu contarei a história
Dos que, como eu, foram buscar a Glória
E que, como eu, irão morrer também.


Augusto dos Anjos

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Homenagem de meu tio Pan, ao meu avô Belmiro. Em 29/05/1986


 Consta no livro de meu avô Belmiro Sampaio(Asperezas da Caminhada), que Deus o tenha, da ocasião do transcurso de seu cinquentenário de consagração à causa de Deus, a belíssima homenagem feita em versos pelo seu filho, Panreginaldo Sampaio.


Cinquenta anos de serviços gastos
-Oh Deus!... entre lutas e riscos,
Guiando o teu rebanho aos pastos,
Às fontes limpas e aos apriscos.

Nos pés – o pó da jornada vencida
Nas mãos – os calos do cajado anoso
Na mente – a certeza da missão cumprida
No coração – a gratidão ao Todo Poderoso

Vimos que não faltaste senhor – És fiel!
Tua presença tem sido constante
No apascentar diário de Teu Israel

Conserva-o operoso, óh Pai, tal como é,
Firma-lhe os pés e o conduz avante
Pois sabemos: O JUSTO VIVERÁ DA FÉ.



Panreginaldo Sampaio,
Salvador-Ba, 29/05/1986

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A ante-sala interna


A ante-sala interna

Resignado à ante-sala de minha casa interior, vivi ali por séculos, crendo com fervor, ser pois, o todo de minha moradia introspecta.
Neste compartimento do qual a religião e os valores foram arquitetos, cresci internamente aprisionado, a uma parte de meu intelecto, neste espaço pequeno e singelo.
Empilhava ali dogmas, fé e temores de um cristianismo castrado, vendo Cristo com meus olhos embaçado, como uma miragem de deserto.
Caminhava então em círculos pelos quatro lados, tropeçando de continuo nos valores abarrotados, deste depósito, esta caverna.
Foi quando, numa dessas quedas, bati com força no oco da parede, donde me abriu um buraco deveras iluminado.
Com raiva, esmurrei a parede enfurecido, vendo sangue escorrer de meus punhos feridos, e uma ilustre mansão daquela fresta.
 Absorto num frisson agoniado, adentrei a casa em desespero. E Como era bela
Parei de súbito num jardim de inverno, com meus olhos entreabertos, vi-me qual Platão no mito da caverna; vivera de sombras por séculos.

 Bacellar Ell, Setembro de 2012




quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Porque o silêncio ofende tanto



Porque o silêncio ofende tanto as pessoas? Calar é, também, uma forma de expressar respeito e reciprocidade. Acontece que nem todos entendem assim.
 Bom seria que pudessem respeitar o silencio alheio, e conter a própria carência, se suportando no momento em que seu amigo ou amiga, está em reflexão consigo mesmo. Ou mesmo, repensar o porque de seu companheiro não ficar o tempo todo reforçando que você é importante pra ele/ela.
 O bom amigo conhece o seu igual, e não duvida, mesmo na permanecia do silêncio mais ensurdecedor, que mudou um triz na relação de amizade.

ESBacellar

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

domingo, 17 de junho de 2012

Sou indissociável



















Esqueci-me do dia em que perdi os escrúpulos,  
Obstáculos que somados barravam a inutilidade,
Pensamentos outrora morriam presos a algum crivo,
Assassinados junto a uma gama de possibilidades.
 Sumiu também com a covardia pra dizer verdades,
A oportunidade de me criar sábio.
E de mim sai hoje, misturado com o esterquilínio vão
A beleza disposta em raridade.
Todavia sei, sou tudo isso,
 Indissociável.

Ell Bacellar, Junho de 2012.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Perdoar sem Agravar


Sem comparação, é muito menor mal receber agravo que agravar alguém; ser injuriado que injuriar; e é melhor que outros te enganem do que enganes alguém, como, por sabedoria humana, chegaram a compreender gentios como Sócrates, Platão e Séneca. Lembra-te que é coisa de homens e conforme à fraqueza da nossa humana natureza sofrer engano ou errar. Por isso não leves tão a mal os pecados cometidos pelos outros, nem te sintas tão agravado pelo erro que cometeram contra ti.
Perdoar é próprio dos ânimos generosos, mas guardar rancor é coisa de homens ásperos e cruéis, baixos e de casta ruim; isto a mesma natureza o mostra nos animais mudos.

Juan Luis Vives, in 'Introdução à Sabedoria'


sexta-feira, 25 de maio de 2012

Quem subirá o Monte Santo - AMMI SHADDAI



POVO DO TODO PODEROSO

Quem subirá ao monte do SENHOR, quem estará no seu lugar santo?
Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente.
Este receberá a bênção do SENHOR e a justiça do Deus da sua salvação.
Esta é a geração daqueles que buscam, daqueles que buscam a tua face, ó Deus de Jacó. (Selá.)
Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.
Quem é este Rei da Glória? O SENHOR forte e poderoso, o SENHOR poderoso na guerra.
Levantai, ó portas, as vossas cabeças, levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.
Quem é este Rei da Glória? O SENHOR dos Exércitos, ele é o Rei da Glória. (Selá.) 
Salmos 24:3-10

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Irmãos na guerra!



“Não queremos que os nossos inimigos nos tratem com clemência, nem tão pouco aqueles a quem estimamos de coração. Deixai-me, portanto, dizer-vos a verdade! Irmãos na guerra! Amo-vos de todo o coração; eu sou e era vosso semelhante. Também sou vosso melhor inimigo. Deixai-me, portanto, dizer-vos a verdade!

Conheço o ódio e a inveja do vosso coração. Não sois bastante grandes para não conhecer o ódio e a inveja. Sede, pois, bastante grandes para não vos envergonhardes disso!

E se não podeis ser os santos do conhecimento, sede ao menos os seus guerreiros. Eles são os companheiros e os precursores dessa entidade.

Vejo muitos soldados; oxalá possa ver muitos guerreiros. Chama-se “uniforme” o seu traje; não seja, porém, uniforme o que esse traje oculta!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Coletores do mel da mente

"Nós, homens do conhecimento, não nos conhecemos; - e não sem motivo. Nunca nos procuramos: como poderia acontecer que um dia nos encontrássemos? Com razão alguém disse: "onde estiver teu tesouro, estará também seu coração."
 Nosso tesouro está onde esta na colmeia de nosso conhecimento. Estamos sempre voltados a essa direção, pois somos insetos alados da natureza, coletores do mel da mente, tendo no coração apenas o propósito de levar algo 'para casa'. 
Quanto ao mais da vida, as chamadas 'vivências', qual de nós pode levá-las a sério? Ou ter tempo para elas? Nas experiências presentes, receio, estamos sempre 'ausentes': nelas não temos ouvidos."








Nietzsche em, "Genealogia da moral"

terça-feira, 1 de maio de 2012

QUEIXAS NOTURNAS





Quem foi que viu a minha Dor chorando?!
Saio. Minh’alma sai agoniada.
Andam monstros sombrios pela estrada
E pela estrada, entre estes monstros, ando!

Não trago sobre a túnica fingida
As insígnias medonhas do infeliz
Como os falsos mendigos de Paris
Na atra rua de Santa Margarida.

O quadro de aflições que me consomem
O próprio Pedro Américo não pinta...
Para pintá-lo, era preciso a tinta
Feita de todos os tormentos do homem!

Como um ladrão sentado numa ponte
Espera alguém, armado de arcabuz,
Na ânsia incoercível de roubar a luz,
Estou à espera de que o Sol desponte!

O Vencedor



Toma as espadas rútilas, guerreiro,



E à rutilância das espadas, toma 



A adaga de aço, o gládio de aço, e doma



Meu coração — estranho carniceiro!


Não podes?! Chama então presto o primeiro

E o mais possante gladiador de Roma.

E qual mais pronto, e qual mais presto assoma,

Nenhum pôde domar o prisioneiro.


Meu coração triunfava nas arenas.

Veio depois um domador de hienas

E outro mais, e, por fim, veio um atleta,




Vieram todos, por fim; ao todo, uns cem...



E não pôde domá-lo enfim ninguém,



Que ninguém doma um coração de poeta!


Augusto dos Anjos

O martírio do artista - A. Anjos




Arte ingrata! E conquanto, em desalento,

A órbita elipsoidal dos olhos lhe arda,

Busca exteriorizar o pensamento

Que em suas fronetais células guarda!




Tarda-lhe a Idéia! A inspiração lhe tarda!

E ei-lo a tremer, rasga o papel, violento,

Como o soldado que rasgou a farda

No desespero do último momento!


Tenta chorar e os olhos sente enxutos!...

É como o paralítico que, á mingua

Da própria voz e na que ardente o lavra


Febre de em vão falar, com os dedos brutos

Para falar, puxa e repuxa a língua,

E não lhe vem á boca uma palavra!


Augusto dos Anjos 

Sabe quando eu volto no Habib`s? Nunca!

Hoje por volta de meio dia, fui ao habib`s comprar umas esfirras. Fiz o pedido: Quero cinco esfirras e uma Coca. Engraçado que quando fui saber do garçom o preço da coca, me surpreendi com o cúmulo da exploração, um refrigerante de 300ml que custava nada menos que 3,99, pow! o preço de uma coca de dois litros. Que absurdo, coisa de turco mesmo. O garçom disse que não era bem assim, que não era tão ruim. Eu respondi em alto e bom som, pra que ele ouvisse bem: SABE QUANDO EU VOLTO AQUI? NUNCA!!!!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Amós 3:3-8




Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?
Rugirá o leão no bosque, sem que tenha presa? Levantará o leãozinho no seu covil a sua voz, se nada tiver apanhado?
Cairá a ave no laço em terra, se não houver armadilha para ela? Levantar-se-á da terra o laço, sem que tenha apanhado alguma coisa?
Tocar-se-á a trombeta na cidade, e o povo não estremecerá? Sucederá algum mal na cidade, sem que o SENHOR o tenha feito?
Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas.
Rugiu o leão, quem não temerá? Falou o Senhor DEUS, quem não profetizará?

Amós 3:3-8

Lágrimas





Clorureto de sódio, água e albumina
Basta isto, pois isto origina a lágrima...

Não entende o que eu sou, não entende o que eu faço,

Não entende a dor e as lágrimas do palhaço







A dos Anjos/ Rc Mcs 


terça-feira, 27 de março de 2012

Te dou graças Pai








Te vejo na simplicidade dos gestos amorosos de meu próximo 
Por isso, bendigo a sua santidade, bendigo tua misericórdia 
Bendito seja Deus Yahwé, baruch HaShem!
















ESBacellar


Até ali a tua mão me guiará







Asas da Alva




Senhor, Tu me sondas-te e me conheces
Conheces o meu deitar e meu levantar
Por onde eu irei do Teu Espírito?
E pra onde fugirei da Tua face?

Se tomar as asas da alva
Se habitar nos extremos do mar
Até ali a Tua mão me guiará
Tua destra me susterá

Se disser que as trevas me encobrirão
E a noite escurece ao redor
As trevas e a luz são iguais pra ti
Noite brilha como o dia

Se tomar as asas da alva
Se habitar nos extremos do mar
Até ali a Tua mão me guiará
Tua destra me susterá

Eu te louvarei, louvarei
Eu te louvarei Senhor
Ó Pai Te louvarei, louvarei
Louvarei

Tu criaste-me Senhor
Formaste-me antes de nascer
Te louvo porque de um modo maravilhoso
Tu me formaste

Se tomar as asas da alva
Se habitar nos extremos do mar
Até ali a Tua mão me guiará
Tua destra me susterá

Estarei nos braços de Deus
Discípulo teu.

sábado, 21 de janeiro de 2012

A genialidade de Cartola em: "cordas de aço"









Interpretada por Pedro Moraes


Cordas de Aço
Cartola


Ah, essas cordas de aço

Este minúsculo braço

Do violão que os dedos meus acariciam

Ah, este bojo perfeito

Que trago junto ao meu peito

Só você violão

Compreende porque perdi toda alegria

E no entanto meu pinho

Pode crer, eu adivinho

Aquela mulher

Até hoje está nos esperando

Solte o teu som da madeira

Eu você e a companheira

Na madrugada iremos pra casa

Cantando...










Me pergunto, eu, onde, essa genialiadade da musica brasileira se perdeu?

domingo, 1 de janeiro de 2012

Fé - Machado de Assis


Fé 
 As orações dos homens 
Subam eternamente aos teus ouvidos; 
Eternamente aos teus ouvidos soem 
Os cânticos da terra. 

No turvo mar da vida, 
Onde aos parcéis do crime a alma naufraga, 
A derradeira bússola nos seja, 
Senhor, tua palavra. 

A melhor segurança 
Da nossa íntima paz, Senhor, é esta; 
Esta a luz que há de abrir à estância eterna 
O fulgido caminho. 

Ah ! feliz o que pode, 
No extremo adeus às cousas deste mundo, 
Quando a alma, despida de vaidade, 
Vê quanto vale a terra; 

Quando das glórias frias 
Que o tempo dá e o mesmo tempo some, 
Despida já, — os olhos moribundos 
Volta às eternas glórias; 

Feliz o que nos lábios, 
No coração, na mente põe teu nome, 
E só por ele cuida entrar cantando 
No seio do infinito. 

Machado de Assis, in 'Crisálidas'

Quanto é Melhor Calar, que Ser Ouvido


Silêncio divinal, eu te respeito! 
Tu, meu Numen serás, serás meu guia
Se até 'qui, insensato, errei a via
De Harpócrates, quebrando o são preceito,

Hoje à vista do mal que tenho feito,
Em ser palreira pega em demasia,
Abraçarei a sã Filosofia
Pitagórica escola de proveito.

Tenho visto que males tem nascido
Pelo muito falar: tenho sondado
Quanto é melhor calar, que ser ouvido.

Minha língua vai ter férreo cadeado.
Eu a quero enfrear, arrependido
De tanto sem proveito ter falado.
De Francisco Joaquim Bingre, em 'Sonetos'

Fantastico - "O Morcego"