Este
meu ser bucólico, tem ojeriza aos podres frutos das cidades; tange-me falas que
pregam contra o anti-ócio. Quer, acima de tudo existir no campo, sem os
malditos sons de sirenes, alardeadas pelos malditos "cops".
Vive-se
aqui, em cadeias, olhando sempre por entre grades, são arames, câmeras, fotos;
definitivamente odeio este Big Brother.
Odeio o som maligno das propagandas, e as criaturas que meneiam badeirolas, ao som de "jingles" pedem os meus votos.
Ah!
Quero mesmo correr deste marasmo, e me afastar ao máximo de seres ignóbeis,
quero o campo com todas as estrelas, as constelações do cosmos longe das
muralhas, do opróbio.
Não
me conformo com nada deste presídio. O alimento, companhias, nem dos banhos
de sol. Deus me fez livre, filho do vento com as estrelas, o som dos pintainhos
no imenso arrebol.
Já
dizia A. Campos:
“ (...)Ergo-me de repente todos os Césares!
Vou definitivamente arrumar a mala.
Arre; hei de arrumá-la e fecha-la;
Hei de vê-la levar de aqui,
Hei de existir independentemente dela...”
Não, não! Meu ser não cabe neste cubículo industrial, nem meu
espírito se alimenta de lixo; aprecia as matas, os bichos, as cores puras do
pardal e, boas prosas com outros seres vivos.
Me valem agora as sábias palavras de Galego, o filósofo concebido
em abaíra, plantas e fumaça;
“Faz o que tu queres Bacellar, não há nada que com muita vontade
não se faça”.
Eli Bacellar, agosto de 14.