Tudo é muito,
lentes de aumento tem redimensionando as faces do mundo.
O fio de seda que sustenta
os estados, às vezes, tenciona e rebenta.
As bruscas transformações da mente mergulhando
em dualidades. A dureza da cerviz, mineral qual diamante, desdenha a escala de
Mohs, por decrescer ao talco em catarse.
Pó, poeira,
entre os dedos dum artífice. Virou pó, o orgulho impávido do granito,
estilhaçado por um martelo, que sem pestanejar lhe pergunta, agora, pela glória
de sua personalidade.
Ah, o exagero
das coisas, ah essa mentalidade confusa, ah! E esse medo de que ver as coisas
como realmente são não permitirá subsistência.
Há que ser
intenso, há que ser único, há que ser insondável, imprescritível, irreconciliável,
incognoscível, as cartas de um baralho, os delírios do meu tio, há que ter as
futilidades dos Sampaio, há que ser impossível.
Que pode-se
existir dentro dos padrões duma cartilha burra, ou em um dos lados do maniqueísmo,
que seja a efervescência da água que borbulha ou a gelidez da inconsciência.
Ah que ser
sempre assim, de rompantes em rompantes tomando carona nas ondas do absurdo. Tendo
a ignorância dos urbanos por arrogância e, a mesma por sabedoria nos nativos. E
com pouco isto tudo vai me matando, e o tédio me é por terrorismo, e se não
mato e como, sei que também não vivo. E só vejo mesmo as pedras do caminho
passando, e a paisagem se transformando no caminho, e minha mente indo ao
encontro do mato, e minhas pernas me mostrando que estou vivo, e os cortes nas
canelas ardendo junto aos passos, e, o caminho, e o caminho, caminho.
ESBacellar