segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Desdenha a escala de Mohs



Tudo é muito, lentes de aumento tem redimensionando as faces do mundo. 
O fio de seda que sustenta os estados, às vezes, tenciona e rebenta. 
As bruscas transformações da mente mergulhando em dualidades. A dureza da cerviz, mineral qual diamante, desdenha a escala de Mohs, por decrescer ao talco em catarse.

Pó, poeira, entre os dedos dum artífice. Virou pó, o orgulho impávido do granito, estilhaçado por um martelo, que sem pestanejar lhe pergunta, agora, pela glória de sua personalidade.

Ah, o exagero das coisas, ah essa mentalidade confusa, ah! E esse medo de que ver as coisas como realmente são não permitirá subsistência.

Há que ser intenso, há que ser único, há que ser insondável, imprescritível, irreconciliável, incognoscível, as cartas de um baralho, os delírios do meu tio, há que ter as futilidades dos Sampaio, há que ser impossível.

Que pode-se existir dentro dos padrões duma cartilha burra, ou em um dos lados do maniqueísmo, que seja a efervescência da água que borbulha  ou a gelidez da inconsciência.

Ah que ser sempre assim, de rompantes em rompantes tomando carona nas ondas do absurdo. Tendo a ignorância dos urbanos por arrogância e, a mesma por sabedoria nos nativos. E com pouco isto tudo vai me matando, e o tédio me é por terrorismo, e se não mato e como, sei que também não vivo. E só vejo mesmo as pedras do caminho passando, e a paisagem se transformando no caminho, e minha mente indo ao encontro do mato, e minhas pernas me mostrando que estou vivo, e os cortes nas canelas ardendo junto aos passos, e, o caminho, e o caminho, caminho.

ESBacellar

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