Cá estou mais uma vez,
descrevendo o estado inerte em que me encontro.
Subsisto acordando, respirando
e dormindo.
Olho o tudo e não vejo nada, me corto com a faca, mas não sinto. Esta tudo em duas cores, preto e branco,
uma monogamia sem sentido.
Ontem andei sozinho durante quase
duas horas, senti meus pés arderem de cansaço, tentei respirar o ar do
rio
Sergipe, mas minha contemplação não me falava.
Parece mesmo um sono acordado, onde
não se distingue o que esta vivo do pensamento.
Tenho andado cansado de
não sentir, preciso de um banho frio, um tapa na cara, uma mordida no pé, um
susto de dia, algo que me acorde, um café, que me tire da inércia desse
sono vazio.
Outubro de 2012
Eli Bacellar