Levado pela multidão que corre atrás d'algo,
Observei a manada às voltas indiferente,
Desgarrei-me do que vi ser um rebanho incoerente
E aos matos fui a procura do universo calado.
Já distante dos sons da publicidade louca,
Pude escutar os gemidos ritmados dum corpo doente,
Vi a cura aproximar-se gradativamente
E preencher o fulcros na carne pela cidade gerados
Longe agora do sedentarismo da televisão,
Próximo do calor de irmãs e irmãos
Vivi a liberdade negada pelas redes sociais
Filosofando tudo, trabalhando a mente,
Existi na utopia outrora ansiada virtualmente
Nos recados e status matinais.
Eli Bacelar, março de 2014.
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