sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Nota - Manifesto do surrealismo - André Breton



É até mesmo permitido

intitular POEMA o que se obtém pela agregação tão gratuita quanto possível

(observemos, faz favor, a sintaxe) de títulos e fragmentos de títulos recortados

dos jornais:


POEMA




Uma risada




de safira na ilha de Ceilão




As mais belas palhas




Têm a cor esmaecida

Na prisão






Numa fazenda isolada




NO DIA-A-DIA

agrava-se




O agradável

Um caminho carroçável




vos conduz ao desconhecido




O Café

roga por si mesmo




O ARTESÃO QUOTIDIANO DE VOSSA BELEZA




Senhora,




um par




de meias de seda




não é




Um salto no vazio




UM CERVO




Antes de tudo o amor




Tudo poderia acabar tão bem

Paris é uma grande aldeia




Vigial




o fogo incubado




a oração

Sabei que

os raios ultravioleta




terminaram seu trabalho

bom e rápido




O PRIMEIRO JORNAL BRANCO

DO ACASO

Vermelho será

O cantor errante ONDE ESTARÁ?

na memória

em sua casa

NO BAILE DOS ARDENTES




Faço

dançando

O que se fez, o que se fará





Manifesto do surrealismo - André breton

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