segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Propício a nos tornar sábios, as loucuras que vemos sem compartilhar - ROUSSEAU

Mas considerai primeiro que, querendo formar o homem da natureza, não se trata por isso de fazer dele um selvagem e de regá-lo ao fundo de bosques, mas, envolvido em um turbilhão social, basta que ele não se deixe arrastar nem pelas paixões nem pelas opiniões dos homens; veja ele pelos olhos, sinta pelo seu coração, não o governe nenhuma autoridade, excerto a de sua própria razão. Nessa posição, é claro que a multidão de objetos que o impressionam, os frequentes sentimentos de que é afetado, os diversos meios de satisfazer suas necessidades reais devem dar-lhe muitas ideias que ele nunca teria, ou que teria adquirido mais lentamente. O progresso natural do espírito é acelerado, mas não invertido. O mesmo homem que deve permanecer estúpido nas florestas deve tornár-se razoável e sensato nas cidades, se permanecer como mero espectador. Nada é mais propício a nos tornar sábios do que as loucuras que vemos sem compartilhar, e aquele mesmo que as compartilha também se instrui, contanto que seja enganado por elas e não cometa o erro dos que as praticam. 



Jean-Jacques Rousseau em O Emílio ou da educação  

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Sem "Mas", Incinera!


Tão rápido quanto uma centelha incendeia uma câmara de gáz, a ira, incinera cada grama de elemento combustível, na mente dum humano em plena cólera. Queimados os pensamentos do encolerizado, só lhe restam ações instantâneas, movimentos viceráis e institivos, que jamais ocorreriam àquele ser humano, efetuar em plena consciencia e razão do que ocorre consigo no momento espécífico.

Sem cálculos, medidas, projeções, ou, qualquer tipo de predição. Assim o corpo age na raiva, sem saber, sem nenhum "e se", "talvez", ou "mas".

Pra que se chegue até a centelha, porém, há que se subir a escada da ira, sofrendo provocação a provocação, absorvendo gradativamente, o calor tóxico do gáz que preenche seu compartimento mental, libra, a libra. Há, que se deixar levar pelas pilhérias, pelos escarnios e já em toda sua dor, quando percebendo não haver recurso mental ou razão pra dissuadir a ação inpensada, só lhe resta,
Ser-Humano, 
INCENDIAR!.


Outubro de 2011
Eli Bacellar

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Escutatória

Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular.

Escutar é complicado e sutil. Diz Alberto Caeiro que “não é bastante não ser cego para ver as arvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma”. Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia.

Parafraseio o Alberto Caeiro: “Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma”. Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor.

Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos…

Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64. Contou-me de sua experiência com os índios.

Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, abrindo vazios de silêncio, expulsando todas as idéias estranhas.). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí,
de repente, alguém fala. Todos ouvem.

sábado, 8 de outubro de 2011

Supostas contradições do gênesis


Caros amigos, irmãos, etc, recebi numa comunidade orkutiana, alguns questionamentos a respeito da bíblia, suposições de que as sagradas escrituras, desde o gênesis iniciavam com contradições e erros. Eu respondi com muito zelo, todas as questões, com base no pouco que sei desse livro que me fascina e em defesa de sua veracidade.
Aqui, neste texto, minhas respostas. Aos que tiverem vontade e acharem por bem, leiam, pois,  são respostas a questões muito interessantes e no mínimo curiosas. 

Seguem abaixo, as perguntas que me foram feitas e logo após estas, a minha réplica: 

Junie:
 Tenho lido sobre a gênese e minha cabeça está entrando em parafuso.
 A história de Adão e Eva.
 Deus criou um jardim e colocou várias árvores e disse a Adão: vc pode desfrutar de tudo aqui e colocou 2 arvores: "a da vida" e "do conhecimento do bem e do mal". Disse que Adão poderia usar tudo menos a do bem o do mal.
 Não seria mais racional, Deus criar a tal árvores proibida com 20 m de altura? Não precisava nem proibir porque Adão nem iria calcançar né?
 Se o jardim do Edem era um lugar de paz, onde o homem tinha tudo, onde não faltava nada, pra que Deus criou a serpente pra fazer toda merdeira que fez??? Não tem razão nenhuma. 
 pensando na serpente, primeiro: era uma serpente falando, e outra: se a serpente era tão sabida, porque ao invés de dar o fruto da arvore do conhecimento a Eva, ela mesmo não comeu pra ficar sabidona? Então a serpente não era tão sabida nem astuta como é falado lá na bíblia.
Junie:
Outra coisa: Diz que qdo Adão e Eva estavam escondidos, depois de comer o fruto da tal árvore Deus chegando perguntou: Adão onde estás?? 

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Areias ao meu soprar



Soprarei areia em teus olhos...


Soprarei o doce de meus lábios...


Soprarei areia em teus olhos para que tenhas uma noite de sono em paz...


Habitar-me-ei em teus sonhos...


Serei teu habito a noite e o desejo de me encontrar quando a lua prateada reinar no céu...


A meia lua será meu sorriso, as meias noites iluminarei suas lagrimas...


Um mar de lembranças, onde estarei junto a ti, dentro do escuro do fechar dos teus olhos sendo a luz nos sonhos teus...




Texto de autoria do excelente filósofo da matéria crua, Thiago Oliveira. Retirado do blog do mesmo - http://aion-instrospectiva.blogspot.com/2011/10/areias-ao-meu-soprar.html?showComment=1318031794756#c3073969189981328828

A Aeronave







Cindindo a vastidão do Azul profundo,
Sulcando o espaço, devassando a terra,
A aeronave que um mistério encerra
Vai pelo espaço acompanhando o mundo.

E na esteira sem fim da azúlea esfera
Ei-la embalada n'amplidão dos ares,
Fitando o abismo sepulcral dos mares,
Vencendo o azul que ante si s'erguera.

Voa, se eleva em busca do infinito,
É como um despertar de estranho mito,
Auroreando a humana consciência.

Cheia da luz do cintilar de um astro,
Deixa ver na fulgência do seu rastro
A trajetória augusta da Ciência.

Augusto dos Anjos

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Fazer enquanto existe vontade, enquanto existe.

O que tem de ser feito, deve ser feito no momento em que existe a vontade de fazer. Não funciona programar fazer algo amanhã. O "amanhã" é um recurso da mente indisposta, que prorroga responsabilidades e deveres sempre que pode.

Tudo que existe é fruto da vontade, do interesse de alguém em um objeto. Portanto, se hoje sinto vontade de fazer algo, esse algo existe, faz parte do mundo representado em minha vontade e interesse naquilo. "Amanhã", é muito longe pra vontade. 

E, como diria Schopenhauer:
"[...] o mundo todo, como representação, é apenas a visibilidade da vontade", " O homem comum, este produto da natureza, tal como esta o apresenta diariamente aos milhares, é incapaz, ao menos de modo persistente, de uma observação em todo sentido inteiramente desinteressada: ele pode dirigir sua atenção às coisas somente enquanto estas apresentam uma relação qualquer, mesmo que apenas mui midiatizada, com sua vontade."

Daí, perceber, a importância de fazer o que tem de ser feito pra o bem, no momento em que existe vontade, enquanto a representação daquele seu mundo ainda existe.

Outubro de 2011
Eli Bacellar

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

I Colóquio Ofício do Historiador: da pesquisa a sa...


O Colóquio Ofício do Historiador: da pesquisa a sala de aula se constitui como um espaço de debate e reflexão acerca da formação do profissional de História e é uma iniciativa dos cursos de graduação e de especialização em História da Faculdade São Bento da Bahia. 

Dentro do carisma beneditino de educação, o ensino e a pesquisa despontam como eixos norteadores da vida acadêmica, razão pela qual reunimos pesquisadores e professores de história com o intuito de colocarem as questões desafiadoras que emergem dos diferentes contextos profissionais.  

Além de ser idealizado em homenagem aoDia Nacional do Historiador (LEI Nº 12.130, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2009), esse ano nosso evento articula-se com aSemana Nacional do Livro e da Biblioteca numa referência ao trabalho desenvolvido pelo Setor de Pesquisa das Obras Raras da Biblioteca do Mosteiro de São Bento da Bahia, acervo que abriga valiosas contribuições para o estudo da História da Bahia e que nos chama atenção para a necessidade da preservação e da conservação da memória.

A Semana Nacional do Livro e da Biblioteca foi instituída pelo Decreto Nº 84.631 de 09 de abril de 1980, entre os dias 23  e 29 de outubro, sendo a última data consagrada ao Dia Nacional do Livro, pela Lei 5.191de 18 de dezembro de 1980.


SERVIÇO                                                                                  Confira a Programação / Folder.pdf

Quando: 25 e 26 de outubro
Horário: das 14:00 às 18:00 horas
Local: auditório da Fundação João Fernandes da Cunha - Largo do Campo Grande, nº 8, Campo Grande - Salvador/Bahia.
Site do evento  CAHRA  
INSCRIÇÕES GRATUITAS: envie mensagem com a palavra "inscrição" no campo assunto, contendo seu nome completo, nome da instituição, titulação e nº de contato para  o email: cahrevolucaoalfaiates@gmail.com