segunda-feira, 17 de março de 2014

DEITADO NAS PEDRAS



Refletindo no seio das pedras gélidas da serra
E da água que lhe corre substanciosa bebendo,
Notei o anunciar do dia a piados
E a altivez dos sapos fazer a noite ruidosa

Sobre tão perfeita rocha deitado
O foco das estrelas paralisava o meu olhar cadente
Quando, recitando monismo aos astros
Estagnava ante a criação quase onipresente

Alvorece na serra, e o sono confunde a vista
Desfazendo-se lentamente aos goles do chimarrão
Anima os sentidos, esquenta a alma inda fria

Pensamento, ação e nada mais
Partilhando o pão da vida diariamente
Ilumino-me com a essência dos animais.

À natureza curativa
À alegria sorridente dum irmão
Ao oceano que tudo contém sem ser contido
À negação da urbanidade doente. 

 Eli Bacellar, março de 2014.



2 comentários:

  1. Nobre amigo garbo e bem ditoso, ao ouvir o declame destas palavras me inundou ainda mais a vontade de subir a serra.
    Lindo poema!

    ResponderExcluir
  2. Decerto subiremos a Serra em breve nobre camarada, fico feliz que tenha apreciado.

    ResponderExcluir