quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Fábrica de reis


Abrigado em um quiosque, a ler Shakespeare na sementeira,
vi uma cena que me intrigou. Escrevi então, no fundo do livro:

Conduzidos por um comandante assaz hostil,
Os militares subalternos repetem ladainhas de terror,
Endurecendo suas servis com arrogância,
Humilhados pela “prepotência do mando”,
Concebem no interior obscuro de suas barrigas,
A silhueta altiva de pequenos tiranos.
Na ressignificação de suas almas,
Sobrepõe o que quer que lhes resta de calma,
Por irascíveis ordens de comando.

Eis o fim do raciocínio
A exclusão da dúvida
A morte da filosofia.


Eli Bacellar

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